quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A bactéria que causa a tuberculose tem uma única molécula na superfície celular

A bactéria que causa a tuberculose tem uma única molécula na superfície celular externa que bloqueia uma parte fundamental de defesa do organismo. Agora, novas pesquisas sugerem que este bloqueio representa um novo mecanismo nos esforços de evolução do micróbio para permanecer escondido do sistema imunológico humano.

Os pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio descobriram que a bactéria da tuberculose tem uma molécula em sua superfície externa, que pode interromper a produção de uma importante proteína, em células do sistema imunológico, que ajuda a conter a infecção e manter a doença em estado latente. Essa proteína é chamada de fator de necrose tumoral (TNF, na sigla em inglês). Quando o TNF não é produzido em quantidades suficientes, a bactéria da tuberculose pode crescer sem controle e causar infecção descontrolada dentro e fora dos pulmões.

"Há vários componentes exclusivos sobre a parede celular que ajudam a Mycobacterium tuberculosis a esgueirar-se para o pulmão, de forma relativamente desapercebida", explica o professor Larry Schlesinger, presidente do Departamento de Infecção Microbiana e Imunidade da Ohio State University. "Quanto mais pudermos aprender sobre como estas estruturas da parede celular influenciam a resposta imune do ser humano, mais próximo poderemos chegar ao desenvolvimento de uma estratégia mais eficaz para tratar ou mesmo prevenir uma infecção tuberculose ativa".A bactéria se assemelha a um galho de árvore polvilhado com açúcar e moléculas menores que se projetam da parede celular externa. Os resultados mostram que esta estrutura pode bloquear a produção de TNF no nível de pequenos segmentos de RNA que regulam — ou fazem um ajuste fino — da função de um gene de proteína-edifício. Estima-se que cerca de 2 bilhões de pessoas no mundo são infectados com a bactéria da tuberculose. Pessoas infectadas podem abrigar a bactéria sem sintomas por décadas, mas uma em cada dez desenvolverá a doença, caracterizada por tosse crônica e dor torácica. Infecções ativas e latentes são tratadas com uma combinação de antibióticos que os pacientes devem tomar pelo menos seis meses, e tal tratamento está se tornando menos efetivo, com mais de cepas resistentes de bactérias.

"Isso realmente diz respeito ao poder da bactéria da tuberculose para se adaptar ao seu hospedeiro humano", disse o pesquisador. "Ela teve séculos para desenvolver uma forma sofisticada para lidar com o seu encontro com o humano. Felizmente, a tecnologia genômica é o que nos permite identificar segmentos de RNAs mais rapidamente, o que pode nos permitir recuperar o atraso com a bactéria da tuberculose e descobrir uma maneira ser mais esperto que ela".

Da Agência O Globo
 
Enviado por: Andréa Oliveira - 48411

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