terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Nova vacina para coqueluche mira bebê


A alternativa, desenvolvida pelo Instituto Butantã, foi testada com sucesso em camundongos e será submetida a ensaios clínicos em humanos em um ou dois anos

Uma nova vacina contra a coqueluche poderá impedir que bebês com menos de seis meses de idade contraiam a doença. Os produtos disponíveis no mercado só imunizam crianças mais velhas e adultos. A alternativa, desenvolvida pelo Instituto Butantã, foi testada com sucesso em camundongos e será submetida a ensaios clínicos em humanos em um ou dois anos.
Cerca de 80% dos casos de coqueluche - e todas as mortes - ocorrem no primeiro semestre de vida. "A criança recebe a primeira dose da DTP (que protege contra difteria, tétano e coqueluche) quando está com dois meses", explica Luciana Cezar de Cerqueira Leite, pesquisadora do Butantã que coordenou o projeto da vacina. "Mas seu sistema imunológico ainda está imaturo. A proteção só se torna efetiva depois do sexto mês."
Até lá, a criança fica vulnerável à bactéria Bordetella, agente causador da doença, um quadro de infecção do sistema respiratório que pode se tornar muito grave.
A vacina convencional contém bactérias Bordetella mortas, que despertam o sistema imunológico e induzem a produção de anticorpos capazes de destruir o microrganismo. É a chamada imunidade humoral que, justamente nos bebês com menos de seis meses, ainda não funciona direito.
Os pesquisadores inseriram um gene da bactéria Bordetella no bacilo atenuado da tuberculose bovina (usado para produzir a BCG), que passou a produzir uma proteína característica da Bordetella. Desta forma, a linhagem transgênica do bacilo tornou-se apta para ensinar o sistema imunológico a reconhecer e combater não só a tuberculose mas também a coqueluche (mais informações nesta página).
A vacina foi testada em dez filhotes de camundongos com apenas cinco dias de vida. Outros dez filhotes receberam a vacina convencional. Todos foram expostos à bactéria da coqueluche. Só os que receberam a nova vacina sobreviveram.
Luciana prevê, no entanto, que os principais investimentos começarão agora com os testes em humanos. O início está previsto para o fim do próximo ano, mas os estudos podem levar de 6 a 10 anos para serem concluídos.




Kendra Natasha Castanha – 48435

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